GeoPUC - Revista da Pós-Graduação em Geografia da PUC-Rio

Ao usar a história em quadrinhos como ferramenta de análise geográfica, assumimos a importância da arte neste processo, pois, cada indivíduo possui e usa sua imaginação com intuito de realiza-la de alguma maneira. Organizando – por meio de atos imaginativos ou criativos – significados que fazem com que a fantasia assuma um papel significativo no processo de construção do conhecimento geográfico (TUAN, 1990). Como meio de se pensar uma alternativa de conhecimento escolar de geografia que permita, como destacado por Sassen (2003) apud Lima (2013), aplicar uma imaginação construtora de novas espacialidades, iremos destacar o Giro Decolonial, que é aqui entendido como uma crítica epistemológica e ontológica que traz “uma reflexão sobre nossa memória, nosso imaginário, nossa subjetividade, nossas formas de existir cotidianas.” (CRUZ, 2017, p. 25). No qual, através de uma perspectiva crítica da geopolítica, intitulada geopolítica popular, que entende que o conhecimento geopolítico não se limita apenas a um “ato privilegiado de interpretação acadêmica” (DOODS, 2002, p. 194), destacamos como podemos usar as histórias em quadrinhos de forma a se pensar um conhecimento escolar de geografia de forma decolonial. Dessa forma, este artigo tem como objetivo geral entender a mídia história em quadrinhos como uma forma decolonial de se pensar e construir o conhecimento escolar de geografia.

Palavras-chave: Giro Decolonial, Conhecimento escolar de geografia, Geopolítica Popular, História em Quadrinhos.

When using comics as a geographic analysis tool, we assume the importance of art in this process, since each individual has and uses their imagination in order to carry it out in some way. Organizing - through imaginative or creative acts - meanings that make fantasy take on a significant role in the process of building geographic knowledge (TUAN, 1990). As a way of thinking about an alternative school knowledge of geography that allows, as highlighted by Sassen (2003) apud Lima (2013), to apply an imagination that builds new spatialities, we will highlight the Gothic Decolonial, which is understood here as an epistemological criticism and ontological that brings “a reflection on our memory, our imaginary, our subjectivity, our daily ways of existing.” (CRUZ, 2017, p. 25). In which, through a critical perspective of geopolitics, entitled popular geopolitics, which understands that geopolitical knowledge is not limited to just a "privileged act of academic interpretation." (DOODS, 2002, p. 194), we highlight how we can use comics in order to think of school knowledge of geography in a decolonial way. Thus, this article aims to understand the comic book media as a decolonial way of thinking and building school knowledge of geography.