A produção capitalista do espaço e as tensões dela resultantes para os habitantes da Praia do Sono, em Paraty/RJ: Resistência e contradições fruto das articulações envolvendo o Covid-19.
Por: Raíssa de Souza Marinho
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O presente artigo tem como objetivo apresentar uma problemática que se vive fruto dos conflitos entre populações ditas “tradicionais” e a forma capitalista de produção do espaço, que carrega consigo, de forma inerente, contradições associadas ao seu processo de produção. Caminhamos a partir de 3 momento da reflexão: 1) A inauguração da rodovia BR-101, em seu trecho Rio-Santos, como marco da abertura da região sul fluminense para a territorialização do capital turístico-imobiliário e a expansão da produção capitalista do espaço em Paraty. 2)Abordamos a península da Juatinga, os caiçaras e a Praia do Sono buscando refletir sobre como o lugar, a população e a comunidade vem sendo atravessados pela expansão desse modo de produção do espaço e seus instrumentos de dominação. 3)Nesse momento refletimos sobre o processo de mobilização comunitária realizada pela Praia do Sono durante o primeiro ano da pandemia, que resultou em aproximadamente três meses de fechamento do território realizado de forma autônoma. Abordamos também as tensões internas que surgem do final do movimento que, passados 2 anos, continuam latentes. O artigo evidencia o sucesso da mobilização, as potencialidades da ação coletiva no território caiçara e, simultaneamente, explicita a tensão interna existente, que tem como origem dois olhares, desejos e perspectivas distintas de presente e futuro para a comunidade.
Palavras-chave: Comunidade tradicional, caiçaras, Paraty, Covid-19, resistências.
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SOMMAIRE |
Cet article vise à présenter un problème qui est le résultat de conflits entre les populations dites « traditionnelles » et la forme capitaliste de production spatiale, qui comporte intrinsèquement des contradictions associées à son processus de production. La réflexion est divisée en 3 moments : 1) L’inauguration de l’autoroute BR-101, dans son tronçon Rio-Santos, comme une étape importante dans l’ouverture de la région sud de Rio de Janeiro à la territorialisation de la capitale touristique-immobilière et à l’expansion de la production capitaliste de l’espace à Paraty. 2) Nous parlons de la péninsule de Juatinga, des caiçaras et de Praia do Sono qui cherchent à réfléchir sur la façon dont le lieu, la population et la communauté sont touchés par l’expansion de ce mode de production de l’espace et de ses instruments de domination.3) En ce moment, nous réfléchissons au processus de mobilisation communautaire effectué par les habitants de Praia do Sono au cours de la première année de la pandémie, qui a entraîné trois mois de fermeture du territoire effectué de manière autonome. Nous abordons également les tensions internes qui découlent de la fin du mouvement, qui, après 2 ans, restent latentes. L’article souligne le succès de la mobilisation, les potentialités de l’action collective dans le territoire de la caiçara et, simultanément, explique la tension interne existante, qui provient de deux perspectives, désirs et intérêts distincts pour le présent et l’avenir dans la communauté praia do Sono.
Mots-clés: Communauté traditionnelle, caiçaras, Paraty, Covid-19, Résistance.
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A produção capitalista do espaço e as tensões dela resultantes para os habitantes da Praia do Sono, em Paraty/RJ: Resistência e contradições fruto das articulações envolvendo o Covid-19. |
Publicada em: 30/08/2022 às15:08 Volume 14, número 28
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