A natureza enquanto mercadoria no espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro: osbairros do Rio Comprido e de Santa Teresa
Por: João Paulo Monte de Santana
 | O artigo pretende analisar como dois espaços contíguos, os bairros do Rio Comprido e de Santa Teresa, se configuram de forma tão distinta no que tange à organização espacial e ao uso da natureza como recurso, imbricado ainda, ao discurso preservacionista, no contexto da expansão urbana da cidade do Rio de Janeiro. Ocorre, na cidade, um uso diferenciado do solo urbano por parte de diversos atores, que o realizam através das práticas sociais interagidas no cotidiano, culminando numa organização socioespacial peculiar e detentora de contradições e conflitos. Como um dos elementos dessa peculiaridade, temos a paisagem constituída de fragmentos florestais concernentes ao bioma Mata Atlântica, atrelado à especificidade físico-montanhosa. Essa natureza enquanto mercadoria é valorizada ao ser preservada, isto é, o valor de uso e o valor de troca dos “bens naturais”, ainda respaldados sob as leis de mercado, são determinados para o padrão de vida urbana de acordo com estratégias imobiliárias. Assim, a conservação não quer dizer necessariamente uma conscientização relacionada aos serviços ambientais que a natureza pode oferecer. É nesse contexto que, nos dias atuais, visualmente espaços próximos se tornam tão distantes, pois o bairro de Santa Teresa, contrapondo-se ao Rio Comprido, apresenta características claramente mais conservadas, no que diz respeito à vegetação florestal, mesmo havendo a ocorrência de favelas também. Porém, exatamente nesta contradição, é possível repensar as ações e buscar alternativas, justamente ao considerar o espaço como resistência de descoberta e não só de alienação, com potencialidades de construir uma conscientização coletiva e ecológica.
Palavras-chave: Expansão Urbana, Espaço Urbano, Natureza Enquanto Mercadoria, Discurso Preservacionista, Rio de Janeiro | |  | The purpose of this study is to analyze as two nearby neighborhoods, Rio Comprido and Santa Teresa, are so different in regard to space organization, nature use as resource, and preserving speech in the context of urban expansion of Rio de Janeiro city. There is a different use of urban soil by several agents, in which they do it though social practices in everyday life, achieving a peculiar sociospace organization, contradictions and conflicts. As one of the elements of this peculiarity, we have an urban landscape built by forest fragments related to Mata Atlântica, concerned to physical and mountainous traits. This nature as commodity is valued while it is preserved, it means, the value of use and the value of exchange of “natural property”, still controlled by market laws, are defined as the standard of urban life, according to property stratedies. So, the conservation does not mean that necessarily a consciousness is related to environmental services, in which nature can offer. It is in this context that, nowadays, visually nearby spaces become so far from each other, because Santa Teresa neighborhood, as opposed to Rio Comprido, shows traits clearly more preserved, in regard to forest vegetation, even it has favela as well. Although, exactly in this contradiction, it is possible to think again the actions and to look for alternatives, considering the space as resistance of discovery and not only alienation, with potentialities of building a group and ecological consciousness.
keywords: Urban Expansion, Urban Space, Nature as Commodity, Preserving Speech, Rio de Janeiro | |  | A natureza enquanto mercadoria no espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro: os bairros do Rio Comprido e de Santa Teresa |
Publicada em: 13/01/2009 às03:00 Volume 1, número 1
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